O míssil MAA-1 Piranha, uma das maiores conquistas tecnológicas da Força Aérea Brasileira (FAB), representa um marco na defesa aérea do Brasil. Totalmente desenvolvido no país, o míssil supersônico nacional foi criado com o intuito de substituir o AIM-9B Sidewinder e atingir autonomia estratégica na produção de armamentos. Com velocidade impressionante de 4.321 km/h o míssil brasileiro garante eficiência e precisão única, fortalecendo a posição da FAB entre as melhores forças aéreas do mundo.
Míssil supersônico nacional consegue ter o dobro de autonomia e velocidade
A trajetória do projeto do míssil brasileiro teve início na década de 1970, passando por vários desafios tecnológicos e econômicos. Apenas na década de 90, após anos de pesquisa, testes e reestruturações, o míssil supersônico nacional foi finalmente homologado.
O equipamento, que conta com sistemas optrônicos avançados e guiado por infravermelho, conta com uma capacidade de manobra de 45 g, tornando-se uma arma formidável contra alvos aéreos de alta mobilidade. Além disso, o MAA-1B Piranha, uma versão melhorada do modelo inicial, conta com especificações superiores, como autonomia de 10 km, altitude máxima de 8 km e uma ogiva altamente explosiva de 14 kg.
Comparado a outro míssil em uso no Brasil, chamado de RBS 70, o Piranha apresenta quase o dobro de autonomia e velocidade, sendo capaz de interceptar alvos com maior eficácia e altitudes maiores.
Desafios para a chegada do míssil supersônico nacional
O projeto da Força Aérea Brasileira passou por muitos obstáculos ao longo de sua história. Durante a década de 80, a crise no Brasil impactou diretamente o avanço do míssil brasileiro, levando ao encerramento de parcerias industriais essenciais para sua fabricação.
Em 1994, a empresa MECTRON assumiu o desenvolvimento do projeto, atualizando componentes e usando novas tecnologias para ultrapassar as limitações anteriores.
Testes realizados em 1996 mostraram fragilidades nos componentes do míssil brasileiro da FAB, exigindo ajustes e melhorias contínuas. Contudo, o esforço gerou uma arma altamente eficiente, homologada para uso em caças F-5E e outros aviões da Força Aérea Brasileira, como os A-29 e A-1.
Com seu design compacto e peso melhorado, o míssil se tornou o único, além do Sidewinder, a ser certificado para instalação nas pontas das asas do F-5E, sem comprometer o desempenho do avião.
A inovação do míssil supersônico nacional está em seu detector de infravermelho de banda dupla, que possibilita maior precisão e resistência a contramedidas, como o uso de flares pelos inimigos.
Este recurso coloca o míssil brasileiro no mesmo nível de modelos consagrados internacionalmente, como o AIM-9-X. Apesar disso, especialistas mencionam que uma atualização na ogiva, com o uso de uma versão fragmentária de 2kg, poderia ampliar ainda mais seu desempenho.
Entenda a importância do míssil supersônico nacional
O Piranha não apenas modernizou a capacidade de defesa da Força Aérea Brasileira (FAB), mas também representa um marco no avanço da indústria militar do país. Ele foi desenvolvido para ser usado em múltiplas plataformas, incluindo sistemas navais e terrestres, expandindo sua versatilidade e contribuindo para a proteção do espaço aéreo nacional.
Apesar do país passar por limitações em orçamento para a produção em larga escala do míssil brasileiro, o projeto abriu caminhos para novas iniciativas, como o desenvolvimento de um míssil antirradiação. A experiência adquirida com o Piranha consolidou a capacidade da FAB de inovação no setor de defesa, atraindo parcerias com empresas de outros países e fortalecendo a posição do Brasil como um player estratégico no cenário global.
da Redação Press7/Clickpetróleoegás/Foto Click