Na madrugada desta sexta-feira, o Brasil acordou com a notícia da prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Segundo a defesa, ele foi detido às 4h, enquanto se dirigia a Brasília para cumprir, de forma “espontânea”, a ordem de prisão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. No momento, Collor encontra-se na Superintendência da Polícia Federal em Maceió.
O fato, por si só, já seria marcante. Estamos falando de um ex-chefe de Estado sendo preso para cumprir pena. Mas, num país onde o cenário político é permeado por interesses, acordos de bastidores e estratégias de sobrevivência, é impossível não enxergar além do ato jurídico.
A grande pergunta que circula entre os corredores do poder — e nas rodas de conversa pelo país — é simples, direta e incômoda: a prisão de Collor é justiça sendo feita ou um recado claro aos políticos que insistem em desafiar os limites do Supremo?
A grande maioria dos analistas políticos enxergam um movimento tático, quase simbólico, de intimidação. Um gesto calculado, especialmente num momento em que temas sensíveis — como o projeto de anistia — batem à porta do Congresso.
O caso do presidente , Hugo Motta, ilustra bem essa tensão. Mesmo com 251 assinaturas em apoio ao projeto de anistia, ele não pauta a proposta. Por quê? Talvez por prudência institucional. Talvez por medo. Afinal, quem tem esqueletos no armário — ou um “pai com capivara pesada”, como se comenta nos bastidores — sabe que uma canetada pode mudar seu destino em questão de horas.
Justiça ou mensagem cifrada? A resposta ainda está se escrevendo. Mas uma coisa é certa: em tempos de tensão entre os poderes, cada decisão ganha contornos muito além do que está nos autos. E o Brasil segue assistindo, com desconfiança e expectativa, os próximos capítulos dessa história.
da Redação Press7/Por Cleomar Diesel/Foto divulgação DP.